A Sílvio Rodriguez
A Arturo Portuondo
Sueño com serpientes Sílvio
serpientes de mel
lodo e colares de malmequeres
no silêncio vadio da pátria e do exílio.
Sueño com serpientes Sílvio
com beijos e borbulhas espremidas
por mãos cálidas de fadas boas com rum.
Sueño com serpientes Sílvio
serpientes de ardósia
com revoluções de plástico como a minha
lábios de pó e bairros sociais.
Sueño com serpientes Sílvio
com cimento areia tijolos de barro
o pão e o circo das casas abandonadas.
Sueño com serpientes Sílvio
serpientes de amor
que vazam os meus olhos de vidro
com as cascas dos limões da igualdade.
Törökbálint, 21.10.1980.
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