quarta-feira, 10 de setembro de 2014

XV. Afrodite Tais de Atenas e os Lábios de Delfos



1. Afrodite

Dançava a sorrir a salsa, rosmaninho de ternura
do azul no azulejo pintado à mão na tua pele.
O pingo mais doce na ousadia do turismo em ti.

A compaixão desejada da erva feita em flor
fascinio, vulcão ardente das águas termais.
A penungem cálida das pombas do teu olhar.

Da adoração no templo de Corinto
feita murta liberal e vinho das bagas de romã
a deusa mais bela de todo o Peloponeso.
Acácia Afrodite, anis do povo inteiro.

Despia-se em praça pública
e dava-se em Atenas em privado
aos mortais previamente sorteados.

Porque naquele tempo de nevoeiro
discreta, a estética o design da felicidade
tinha sabor a trigo, a espiga da liberdade.

2. Tais de Atenas

Jardim de ervas bravas
plantação de cidreira e flor de chá
escravas, eram as estrangeiras.

Nuas, milho ou bem vestidas
davam o corpo ao manifesto
e ainda pagavam impostos.

Eram heras subindo as paredes
Heteras descendo tão bem pelo prazer
para ocupar toda a cama com um só corpo.

Tais de Atenas como tu meu amor.
Abrigos e casas de tempos de chuva
com a última lealdade perene do teu olhar.

As putas finas da Grécia muito antiga
e as nádegas duras de Kiki de Montparnasse.
Águas das malvas, salada para arredondar.

3. Lábios de Delfos

O barro nocturno dos seus lábios
refazia a ponte de pedra
de regresso ao condomínio de Delfos.

Feliz pelas tuas colinas e montes
caminhou como um cego
para não ver, para apenas sentir
e usar as mãos, a ponta dos dedos.

Para saber do mundo. Descobrir a magia.
Documentar o prazer. Inventar a vida.

Era de manhã a peça perfeita
lírios e giestas, rosas e amores-perfeitos.
Prisioneira inimiga de todos os gregos
a mitologia fenícia da sedução.

Diziam que a ribeira que fluia em ti
afinal desaguava no mar do nosso amor.

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