quarta-feira, 10 de setembro de 2014

VIII. O Cais a Ousadia e a Luz



1. Cais

No cais, ao se olhar com mais atenção
havia um biquinho escondido mas pouco
e que bem desenhado tudo fazia para se mostrar.

Seria bom aconchegá-lo
entre mãos voluntárias e dedos cuidadosos
não fosse o ar salgado secar e fazer dano.

Ainda estava no primeiro sono
quando em silêncio ela chegou
no véu escuro, com a luz do prazer.
- A noite foi transparente até ao nascer do dia.

2. Ousadia

Há momentos em que as palavras da poesia
dizem, são dedicadas, a quem menos as merece.
Não acontece agora, porque tu minha ousadia
és toda a descoberta da alucinação da terra.

O teu olhar é o meu jardim.
e a tua paixão a minha casa.
O teu sorriso é o meu país
e a tua alma o meu mundo.
O teu desejo é a minha idade.

Amor inédito audaz e profundo
sem excesso de nada, amor insubmisso
para que nunca, nunca mais
se possa dizer que não foi verdade.

3. Luz

Foi no início da tarde que soube
- Os meus doces estão desde ontem
na prateleira da sala à tua espera.

Rebuçados guloseimas e bolinhos de canela
para acicatar a magia insensata da noite.

Os morangos do amor do mar do norte.
A reconciliação do sonho com a luz do teu olhar.

Década bem aventurada da alegria
a cronologia exacta da tua boca perfeita.

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