1. Milagre
Mesmo no meio das
tuas costas
havia um desenho
de vermelho vivo.
Parecia um
verdadeiro milagre
com contornos de
janela medieval
para promover os
paradigmas da felicidade.
Para esconder os
segredos da civilização
e que com os
mistérios das delícias da ribeira
cobria de
junquilhos as escadas da vida
A importação da
filosofia no ínicio da noite
A engenharia no
verão da sensualidade
A construção
projectada do amor artesanal.
Com a
solidariedade social da chuva.
A tua imagem reflectida
no espelho da saudade.
2. Fotografia
No altar pagão da
mercearia do nosso amor
tardes e noites
de trincas, promessas e perfumes
confundia a harpa do templo com a capela do tempo.
Escrevia sobre
estrelas, como investir no mar
e como cuidar da
terra antes da despedida do vento.
Com o pronto a
vestir feito à medida dos desejos
e as mãos da lua
nova desse verão de sete vidas.
A designação: Dia
internacional do baton da moda
das sementes
valiosas do tesouro da melancia.
Pétalas da
papoila rubra da primeira casa posta
os lábios
vermelhos mais carnudos da fotografia.
Cotovia no cântico sem medo da conspiração
na ousadia dos
espelhos que a nudez descobriam.
3. Matemática
Se queimar
calorias é matemática
comer sardinha
assada no pão
a barriga, é pura ilusão da química.
Esquecia o
despertador na sala
para begónia, de
manhã ser vista a correr
a baloiçar com as maminhas
na mão.
- Até aos
primeiros cabelos brancos
que sorte, os
homens não tem idade
dizia, com um
sorriso de desafio e insinuação.
Páginas dessa história de amor e liberdade.
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