quarta-feira, 10 de setembro de 2014

IV. O Barro a Cerveja e a Fermentação



1. Barro

Entre as tuas colinas que seriam de vidro
se não fossem barro, fina porcelana da China
corria um riacho que caudal da vida, mostrava

o caminho da esperança, o peixe em abundância.
Do conteúdo de musa moderna feita do fogo antigo
do jardim público, refúgio de sonhos sem erosão.

- Em Praga não viu a padeira nem a padaria
apenas a sua sombra iluminando a noite.
Os pães ainda quentes alimentando a madrugada.

De camisa aberta ao mundo mostrava o caminho
para todos os que estavam dispostos a embarcar.

2. Cerveja

Da cerveja com ervas amargas tâmaras e outras frutas
com iguarias e conventos, mosteiros e cidadania
sem critica barata filantropia ou ataísmo avulso
e por ser celta rima com mesa e bispo rima com barril.

Mais tarde vim a saber que Osíris e Dionísio
trocavam copos por canecas maiores e discutiam
medicina gorduras e as curvas das deusas menores.
Da deusa da fogueira e a deusa do amanhecer.

Da espuma tratamento da pele e cosmética feminina
para não morrer de sede por ela, de fome por ti.

Ainda hoje, degustar à colher os teus lábios
é como começar o dia a comer doce de morango.

3. Fermentação

De remolhar demoradamente o trigo
e pregar um longo sermão ao granito
por entre as muralhas altas da cidade livre.
Das cubas no chão na terra da fermentação.

A superficie lisa do teu corpo sem sombras
sobre prensas e ferramentas de ferro polido.
A madeira da boa, selecionada com bom gosto.

Do brilho da recessão e decadência
dessa Belle époque de prazer sem fim
mistura de fumo bebidas e de bem estar.
Deitada sobre o verde da mesa de bilhar.

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