sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PÉ NO ACELERADOR


"Já suei o suor de oito séculos de mar
o tempo de onze meses de ordenado"
in "A Máquina Fotográfica"

A aristocracia popular   dos sábios lãzudos
da revolta lançada borda fora   sem um gesto de piedade
bateu em cheio no rosto     à bruta com todas as costas.

A doer no asfalto   no cimento mal-armado
do desterro das ideias   da caridade de plástico
impunemente mentirosa   com tiques de beata tonta.

Enquanto a poluição  se encaminha para o mar
as dúvidas por perguntar   há muito que tinham sumido
pela abertura da banheira   pelos canos da desilusão.

Como o esquecimento anónimo   do exílio prolongado
porque para subir   ao pico mais alto da montanha
precisava apenas de um carro  o pé no acelerador.

Lisboa, setembro 2009 – Budapeste, 2010

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