"a mulher é de granito
os seus braços duas pontes
entre o ventre e o infinito" in "Fado transmontano"
Que sejas tu com o teu olhar de bandolim
a tua voz contra-baixo a parar a força do vento
e mandar para outras paragens o grande vendaval.
Onde longe não faça estragos nem às crianças mal
se ventania que seja para limpar o céu redentor
o ar puro e fresco no abrigo morno onde te espero.
os seus herdeiros de sangue os mui fieis servidores
tem-se limitado à gestão assuntos correntes do lucro.
Para que nada mude enquanto o mundo for mundo
sem a claridade da manhã o saxofone do casino
quando o sol entra feminino pela janela da sala.
Te ilumina acordeão eu ponho a mão no teu rosto
nos teus lábios em tudo para papel quimico do futuro
te reproduzir e guardar na gaveta do meu coração.
- Subiamos até à rua de Tordo e Ary dos Santos
a dois em esforço pelas escadinhas de São Crispim.
O Tejo ao longe calmo até parecia estar a dormir.
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