segunda-feira, 23 de março de 2009

NAPALM RIMA COM VIETNAM


1. Eram vestígios de escamas viscosas da cobra
sintomas do agressor feitos víbora e serpente
das tetas pendentes e ressequidas da cabra
sem pingo de leite e a dormir da aguardente.

As flores livres nas raízes podres da terra
caíam abandonadas no perfume do napalm
bombas lançadas pelos pássaros da guerra
sobre os braços e os olhos do povo do Vietnam.

Depois das ideias da renovação dos mastros
dos barcos afundados eu nem sei a claridade
que devo retirar aos dias dos textos mais antigos
metáfora que devo escrever para libertar a cidade.

Ao fundo do jardim sobre a mesa de pedra capitel
morrem viúvos sente-se o cheiro da dor na noite.
Junto as forças com os crisântemos de Brel
que chegam com a esperança de limão verde.

Disse adeus à luz da rua e não trouxe
Ho Chi Minh que ilumina as bruxas velhas
os fantasmas malditos da quimíca desfolhante
pernas partidas de gafanhotos de almas negras.

2. Morreram 5 milhões de vietnamitas
a grande maioria civis inocentes.
Perdoar talvez esquecer nunca!

Nem que o Nobel da Paz Heinz aliás Henry
falcão da morte no Vietnam Chile e Argentina.
se pinte de pombinha oliveira branquinha.

Será por acaso que napalm rima com Vietnam?
Ou é a má-sorte amarela do agente laranja
e a exportação ilegal da democracia com bombas?

Cantava nua para mim quando linda se banhava
- a esperança é a última a morrer
porque é imortal como a vida.
O pensamento e os sonhos que nos liberta.

3.“CREPÚSCULO

No rebolo dos montes a espada dos ventos se afia.
Um frio de lâmina atravessa a carne dos maciços.
Soa ao longe um sino … Apressa-te peregrino!
A criança recolhe o búfalo soprando a flauta.” Ho Chi Minh

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