sábado, 3 de dezembro de 2016

18. Courbet & L’Atelier du Peintre


”Entre muitas coisas, tu eras para mim 
uma janela através da qual podia ver as ruas.
Sozinho não o podia fazer” (Kafka)

Dali dizia, perguntem a Courbet a mim não
porque se alguém sabe é ele com certeza
que na origem de um mundo assim, olha-se
não se inventa nem mesmo de pincel na mão.

Muito menos com um bosque tão carregado
e uma relva tão negra. Poder olhar feito corvo 
de novo, bem mais leve no L’Atelier du Peintre
sem pintar a Páscoa, sentar o ovo de Colombo.

É humano escrever: quem tem cu tem medo.
Barca de gata, quem me dera ter o cu que tu tens
com lata dizia sorrindo, peluda de pé na fila ao lado
abrindo os braços com gestos de querer fazer reféns.


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