”Quem és tu? Perguntei ao desejo
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.” Hilda Hilst
Não seria bem um fado de dor e saudade
que não mais voltaria a escrever sobre a ilusão.
Porque velho antes de tempo adormecia sentado
e enquanto dormia os sonhos vividos vivia
com o vento, as noites nuas que passaram juntos
na cama da alegria no cobertor saciado do desejo.
Com as maçãs abundantes coladas às minhas mãos
e a romã de novembro aberta de primeira por mim
saborosa na primavera como nenhum outro outono
fruta eterna do jardim que guardou para comer depois.
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