quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Papoila de Pedra



“Soy un alma desnuda en estos versos,
alma desnuda que angustiada y sola
va dejando sus pétalos dispersos.

Alma que puede ser una amapola,
que puede ser un lirio, una violeta,
un peñasco, una selva y una ola.” Alfonsina Storni

Laranjas maçãs tangerinas biquinhos e azeitonas.
Vestígios do design interior do seu impetuoso coração.
Foi de autocarro e regressou à boleia de camião.

Sopa de roupa interior com salada e cogumelos.
Anéis e unhas verdes preparadas com palavras
pelas mãos finas de mulher respirando poesia.
- Antes da noite eu faço a bica sem açúcar para ti.

Imaginava-se sefardita a salvo da perseguição
com a sua papoila de pedra e a sua romã de bronze
que agora era avenida na salvação anunciada da praia
no porto outrora livre do mar Egeu. Seria em Salónica?

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