quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Filhas e filhos do povo




”A arte é plágio ou revolução” (Gauguin)

Não é sumo de laranja que os soldados
da Rússia bebem ao pequeno-almoço
dizia-nos com sorriso, muitos anos depois
o membro do governo de um país amigo.

O tempo passa, de barbas brancas costas curvadas
recordava o mel, entre iogurtes e kefir com açúcar
o perfume da primeira tradutora do instituto superior
a professora de russo e a longa viagem de comboio
de Moscovo até Ordzhonikidze (hoje Vladikavkaz).

Os sonhos eram outros e a revolução ainda mais era.
Entre camaradas com fome não se praticava o sexo
nem se fazia amor. Partilhava-se até á última gota
ao arranhão internacionalista, a amizade fraterna
a solidariedade entre as filhas e os filhos do povo.

Budapeste. Momentos pelo (deste) mundo que é o nosso (2015-2017)

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