o coração no azulejo mouro
dos teus lábios. Será possível?
E caminhas pressinto!
Uma cotovia sedosa anuncia
entre dois sinais de fumo e fogo
o dia do nosso reencontro.
Será verdade?
Podes continuar
a olhar o sol poente
e a descer ao mais fundo
dos meus sonhos ateus como os teus.
O que mais quero
é partilhar contigo o meu silêncio!
Repouso por momentos o coração
os olhos o pensamento na pedra
na laje fria da igreja.
E depois pedindo escrever: Vêm!
Virás? Peço-te um só beijo
breve singular e leve.
A mão sediciosa nos cabelos
e um sorriso de vento
cristalino um sorriso passageiro.
Budapeste, 13.03.1983.
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