Quando as luzes se apagaram
puseram os faróis nos mínimos
correram loucos correram
sem roupas e sem coleiras.
Desarmados correram e caíram
pelos baldios – a preferida dos ratos
da maior lixeira da cidade.
Lavaram-se no lixo residual
com o sabor doloroso de terra.
Os cães esses brigavam orelhas
e pêlo caído carraças partilhadas.
Mordiam-se disputavam a vez.
O pirilampo da cadela colectiva
cada dia cada noite mais municipal
mais louca mais panela de sopa.
Aguda a cada instante renascia
das cinzas nos olhos brilhantes
de gata escalada para serviço nocturno.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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