Havia anos em que o meu amante
fazia mil e oitocentos quilómetros.
Conduzia à vez com o meu marido
para matar as saudades que tinha de mim.
Vinha porque sabia que seria bem recebido
como um dos melhores amigos da família
ao jantar seria o primeiro a ser servido.
Sabia que eu também estava à sua espera.
Quando é verdadeiro o amor é entrega.
Ele fazia todos aqueles quilómetros
para passar comigo duas ou três noites
e fazer do nosso verão uma rosa de paixão.
Depois despedia-se com o coração cheio
voltava feliz contando os dias que faltavam
para o meu regresso e o desejado reencontro.
Para o mundo partilhado que era o nosso.
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