Há muito que sou uma mulher casada com um homem maravilhoso
O meu ombro perfeito, meu defensor primeiro,
o meu porto de abrigo.
Motor do meu elevador social, país de acolhimento,
meu melhor amigo.
Meigo e cuidadoso, ternurento e tolerante, é o meu eterno apaixonado.
Durante anos tive uma vida partilhada: à tarde
era do meu amante
e de noite era do meu marido. Para
mim foi natural viver assim.
Pouca gente soube desta parte da minha vida e se souberam
foi porque eu lhes disse e os vizinhos que viam o carro ali parado.
Recordo como se fosse hoje, a primeira vez com os dois
em casa
à hora de deitar. Estava na cama e o meu marido perguntou-me
- Não queres ir para cima ter com ele?
- Gostaria, mas tu não te importas?
- Sabes bem que não, para mim o que conta é a tua felicidade.
Foi talvez a noite mais intensa que passei com ele, o meu amante.
O amor a três acabou há muito, mas a amizade ficou e ainda hoje
aos sábados sentamo os três no café e pomos a conversa em dia.
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