quinta-feira, 20 de março de 2025

Como poderei eu esquecer

 

A mais ousada das minhas histórias de amor 

a mais bonita foi com um jovem universitário 

quase quinze anos mais novo do que eu. 

 

Começou com o seu lindo olhar fixo em mim

e como durou tanto tempo, quando findou 

com o que sabia, parecia ter a minha idade.

 

O jogo de o seduzir de permitir os seus avanços 

de desmontar e saltar as barreiras físicas e morais 

dos preconceitos da idade e porque conhecia a família

de o termos feito à frente de todos sem ninguém notar

e com a arte mais discreta que se possa imaginar.

 

Ali, em que todos sabiam de todos e tudo se sabia

foi o maior desafio-paixão que me aconteceu na vida. 

Foi o jogo mais maravilhoso que jogadora joguei 

as melhores jogadas de sedução, de sexo e desejo.

 

A banda filarmónica a tocar, as pessoas a dançar 

a algazarra das crianças e da juventude e nós ali perto 

perdidos e achados na festa, no esplendor do prazer. 

 

Por muitos anos que viva nunca me vou esquecer

nem nunca deixarei de estar grata ao meu marido 

que entrava connosco e subia para o outro quarto   

cedia a sua cama e entregava a esposa à paixão

à energia inesgotável do seu jovem amante.

 

Ainda hoje me escreve "Lembras-te 

de vez em quando, ainda te lembras de mim?"

Tonto, como te poderia eu esquecer! 


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