Hoje não bebe vinho por ser dia de comer pão.
As últimas semanas serviram para de vez se soltar
libertar-se da teia onde por gosto se tinha enfiado
porque no fundo aceita tudo menos o que não aceita.
Estava na varanda a fumar um cigarro e a pensar
não tinha de estar a olhar para o sentido das
palavras
para as segundas leituras das metáforas mais rudes
para as ilustrações que pudessem cair mal ou magoar.
Pensar ser uma grande tontice, escrevê-lo ainda
mais
pela primeira vez na vida sentia-se sem roupas apertadas
quer dizer não ter de estar a olhar para a sujidade do cais
das amarras das suas ideias e dúvidas, das suas palavras.
Sabia bem que até a pé a lua viria para estar no lançamento.
Pensa no passado, vive o presente, mas olha também o futuro
palavras escritas em papel, no telemóvel ou no computador.
Palavras, dúvidas ou distâncias que no final vão parar ao lixo.
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