Caminhavam lado a lado em passo repousado
como se não se conhecessem, se tivessem visto
pelo Terreiro do Paço e no Cais das Colunas.
Perderam-se para Santa Apolónia, subiram as
colinas
por Alfama, o miradouro de Santa Luzia, a Rua da
Saudade
até às Portas do Sol, ao ritmo espaçado das
fotografias.
Longe sentia-se o ruído da vida, devia ser o
barulho
de um comboio a passar sem parar na estação
no aeroporto a aterragem brusca de um avião.
Na rua encostado ao carro de cigarro na mão
um taxista de meia idade, vivido e sabido
com o seu olhar matreiro parecia que dizia
- Estou a ver o que vocês não devem ter feito.
Não me olhes assim, não me tapes a boca
deixa-me gemer até eu querer, até me apetecer
até me cansar de ter tanto prazer.
Lisboa não te esqueças de nós.
Quando for tarde recorda a nossa voz.

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