São tempos de dar ao chinelo
sem isso não temos sopa
e algum conduto na mesa
ouvia dizer à minha avó, à tia Olinda
já lá vão sessenta anos.
E agora? Está melhor, mas não para todos.
Vivemos tempos de dar ao tamanco
à sandália de cortiça, andar à chinelada.
Sapato novo e chinelo velho
sapato lindo e chinelo feio
rimar apenas para desconversar.
e dar ao pedal enquanto há força.
Pasteleira para pastar, para andar devagar
a pisar ovos, a pastelar, a fazer tempo
a fazer que faz, a correr para quê?
Pôr tudo em pratos limpos na pastelaria.
Acabar por dormir sentado e de pé
a dormir deitado, inquieto de olho aberto
deitado com um verdadeiro tesouro ao lado.
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