Ilyen az élet (É a vida)
Tributo a Rejtő Jenő (1904 - 1943)
Nascido Reich Jenő, pseudónimo P. Howard
Rejtő Jenő em jovem escreveu poesia (um excerto)
Most
vége... vége... emberek
Bolond az
mind ki vár remél
Ősz van az
űrben ősz hideg
S a föld a sárga falevél
– (Reich Jenő: Világromlás, 1923 k.)
Agora acabou... acabou... gente
Tontos são os que esperam com esperança
É outono no universo, um frio outono
E a terra é uma folha amarela
- (Reich Jenő: Decadência do mundo, 1923)
Banana descascada rima com sacana sem vergonha
Laranja cor-de-rosa rima com canja de pato bravo
Ameixa de perna aberta rima com madeixa da menina
Neste mundo paralelo e virtual de tanta esperteza saloia.
Porque no politicamente correcto do nosso tempo
temos quase perdida a guerra, a ilusão da liberdade.
Já há quem diga com a convicção rasca de ilusionista barato
que chegou a hora de desertarmos, abandonarmos a cidade.
Apetece-me mandá-los um por um para a puta que os pariu
mas a contagem das espingardas é-nos tão desfavorável
que é apanhar comer e calar, na sombra deixar-se ficar
invisível
porque não foi um ditador que depois de tanto mando caiu.
Lembrar como era a vida e a morte há oitenta anos
como era assassinada a cidadania e espezinhada a liberdade.
Não perder a esperança nos homens e nas mulheres de boa
vontade
porque chegará a hora do ajuste de contas, a morte dos
tiranos.
Um pintassilgo do povo mesmo escondido não desiste de voar
mesmo disfarçado não deixa de ser livre, de pensar e de
cantar.
Rejtő Jenő (29 de março de 1905 - 1 de janeiro de 1943)
judeu húngaro, no período entre as duas guerras mundiais, foi um destacado
jornalista, escritor e dramaturgo. Famoso pelos seus livros e novelas -
romances de aventura e policiais, normalmente caracterizados pela ironia e o
humor absurdo. Como muitos outros, ele também foi levado como
"munkaszolgálat" (recruta forçado sem armas) para a Frente Oriental,
para a região do Don na Ucrânia, URSS, onde o exército húngaro combatia. Não se
sabe exatamente como passou Rejtő os seus últimos meses. Sabe-se que mesmo
doente, até ao último dia, continuou a entreter e a divertir os seus camaradas
de infortúnio. Não se conhece a sua sepultura, nem se sabe de que é que morreu.
É provável que esteja enterrado algures na actual Ucrânia independente.
Ilyen az
élet; egyszer lenn, egyszer fenn. És végre is: odafenn már nem fáj
semmi. Rejtő Jenó
É a vida: uma vez em baixo, outra vez em cima. E finalmente:
lá em cima, já nada dói.
Budapeste, 4 de março de 2025
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