Aimer à perdre la raison
Aimer à n’en savoir que dire. Louis Aragon
Que vão dizer quando nós já cá não estivermos
o que vão pensar de nós e do amor que vivemos?
Eram dias e semanas, meses à espera de um só dia
e eu cultivava rosas e dálias que depois te oferecia.
Passeávamos pela praia guardados pelo nevoeiro
falávamos da lua nova como quem come um gelado.
Olhos nos olhos gostávamos de interpretar o mar.
- Parece que se esqueceram do mais importante -
este mar nunca descansa, não é defeito, é feitio.
Pequenos e mornos, seguros e cálidos, os seus dedos
inquietos, lisos e suaves, aventureiros e
atrevidos
descobriam e tocavam, acariciavam
e avivavam o rosto
o pescoço, o peito e os mamilos, as pernas e as coxas
e mais em cima e mais dentro, as coisinhas mais húmidas.

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