São tempos de dar ao chinelo, sem isso
não temos sopa e algum conduto na mesa
muitos não sabem o que é ter tão pouco.
Ouvi tantas vezes à minha avó, à tia Olinda.
E agora? Está melhor, mas não para todos.
Vivemos tempos de pressas, de dar ao tamanco
à sandália de cortiça, de andar à chinelada
dar ao pedal enquanto nas pernas houver força.
Pasteleira para pastar, para andar mais devagar
a pisar ovos, em lento pastelar, a fazer tempo
bem na vida a fazer que faz, correr para quê?
Pôr tudo em pratos limpos para poder descansar.
Acabar por dormir sentado ou ficar firme de pé
a dormir deitado, inquieto de olho meio aberto
como um cão, com um precioso tesouro ao lado
e para poder rimar, beber uma boa xícara de café.

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