segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Dar ao chinelo

 

São tempos de dar ao chinelo, sem isso 

não temos sopa e algum conduto na mesa 

muitos não sabem o que é ter tão pouco.

Ouvi tantas vezes à minha avó, à tia Olinda.

 

E agora? Está melhor, mas não para todos.

Vivemos tempos de pressas, de dar ao tamanco 

à sandália de cortiça, de andar à chinelada

dar ao pedal enquanto nas pernas houver força.

  

Pasteleira para pastar, para andar mais devagar 

a pisar ovos, em lento pastelar, a fazer tempo 

bem na vida a fazer que faz, correr para quê?

Pôr tudo em pratos limpos para poder descansar.

 

Acabar por dormir sentado ou ficar firme de pé 

a dormir deitado, inquieto de olho meio aberto 

como um cão, com um precioso tesouro ao lado

e para poder rimar, beber uma boa xícara de café. 


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