Para Ricardo Farrú, Poeta e Irmão do Chile
Lembro-me na universidade das manhãs e tardes bem passadas
das noites dos encontros poéticos com exilados e
amigos
em castelhano e regados a tinto Bikavér, o nosso vinho
magyar.
A importância decisiva dos sapatos, das botas se
inverno
conhecerem o caminho mais direito para casa, para a cama.
Apesar de haver um lá longe e um cá, de muita coisa para
mudar
éramos muito mais livres do que nos dias de hoje
convém escrever.
A vida nunca parou e mudou para melhor, depois com o
tempo
à vez, fomos despindo e vestindo as ilusões e o
seu contrário
ou nem uma coisa nem outra, apenas a experiência da idade.
Meus caros, aqui e agora gostaria de deixar escrito
sem medo nem capitulação do politicamente correto
porra para a ditadura da manada, para a submissão dos
rebanhos
a obediência ao pensamento vigente do que pensam
os outros.
A vergonha nenhuma, que se junta ao nojo e a má-fé do
sofismo.
Talvez seja do algoritmo digital enfurecido do
troglodita
palavra tantas vezes usada pelo nosso amigo
Daniel
ele que nem podia olhar nos olhos porque não havia
porta
que não se abrisse e onde ele com gosto entrava.
Partiu muito cedo, mas ficou para sempre na nossa
memória.

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