Na rua dela ninguém dizia como ela
como se falar com gosto e convicção
fosse a bandeira que pendurava à janela
Que deixava mostrar alguns seus segredos
enquanto afinava o refrão da nova canção
e decorava as palavras para os festejos
Tinha uma graça única ao encurtar a roupa
esticar e estender a mais íntima na cadeira
deixar para a imaginação a cor da sua coisa
Loisas e buracos de coelhos sentada no sofá
mais parecia estar deitada de perna aberta
jurava que as maçãs do peito sabiam a maracujá
Mostrava quase tudo sem mostrar quase nada
aos que passavam em frente do seu prédio
e olhavam para dentro da alcatifa autoestrada
Olhavam com esperança de ser agora ou nunca
ter a aplicação de usar primeiro e pagar depois
passar as férias da vida na via verde da cama.
Sem comentários:
Enviar um comentário