Entre guerras, invasões e bombardeamentos
num mês de junho que merecia muito mais
o primeiro período de férias tinha acabado.
Era segundo as previsões, sem uma brisa
o começo da semana mais quente do ano
com as máximas muito acima dos trinta.
Apesar disso deixei o carro e a gravata em casa
fui de transportes públicos até ao escritório
e poder ler o semanário sobrevivente da oposição.
Esperei na paragem e entrei pela porta da frente
era uma senhora e como costume disse bom dia
sentei-me em frente lugar que dá uma boa visão.
Chamou-me a atenção a sua cuidadosa condução
e mais ainda as suas mãos esguias e elegantes
- As unhas pintadas da motorista do autocarro.
Se fosse noutros tempos não lhe teria apenas dito
obrigado
pela agradável viagem e profissionalismo que demonstrou.
- Teria perguntado se aceitava um café depois do trabalho.
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