quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Acalma a alma e distrai os remorsos

 

Pode parecer um pensamento mal semeado 

mas que acalma a alma e distrai os remorsos

que estou a gozar com a má sorte dos outros 

com pouca empatia com a pobreza dos pobres

com esse inferno diário de estar na rua a pedir.

 

Eu gostaria de sublinhar e deixar escrito

que até para se ser pedinte se devia ter 

algum estilo no andar, alguma melodia na voz

ter algum abandono nas rugas das mãos 

um apagão permanente nos olhos do destino.

 

Dar, mas evitar tocar a mão de um pedinte na rua 

é uma das formas asseadas de nos desviarmos 

de virarmos a cara e saltarmos por cima da miséria.

 

Desconversarmos usando as ideias mais vulgares 

que é um problema que o estado tem resolver 

não a caridade da pessoa individual com esmolas. 

 

Nem os pobres nem a pobreza vão acabar. 

Dizia há cinquenta anos a minha mãe 

- Filho sempre houve ricos e pobres 

e sempre haverá, nunca vai mudar. 

A minha velhota tinha toda a razão! 

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