Põe o microfone na boca
e o dedo no nariz
a palhinha no travesseiro
e os olhos na perdiz.
Se não te sentes bem da azia
bebe uma água das pedras
mais um chá de erva cidreira
e antes de adormeceres
faz uma boa caminhada
por entre a fila das panelas.
Não penses que estou a brincar
mas os mortos que eu conheço
e que são uns grandes armários
aos sábados passeiam barulhentos
pelas avenidas em grandes grupos.
Gente que gosta de dar nas vistas
mais resmungões que os meus amigos
- Malta de pé ligeiro e coração ao alto.
Percebe-se porque preferimos os vivos.
Olha, vai ver se chove, meu capitão.
Dorme dorme velho boi manso.
Há tanta calma no supermercado.
Só lá vamos com nova insurreição.

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