segunda-feira, 5 de maio de 2025

Ao alpendre

 

Sente-se de novo a chegada da alba 

do amanhecer sempre apressado 

do tempo mais curto que o desejado

na roupa branca da cama amarrotada

e a camisa de dormir no chão esquecida.

 

A cantiga de entrega da minha namorada 

da paixão a arder pela exaltação tardia 

contra latitudes e geografias distantes 

dos amantes abraçados pela telepatia 

dita ao telefone e com a televisão ligada.

 

Para os velhotes não ouvirem os gemidos 

não virem ao alpendre e ficarem a saber 

que o amor não é feito apenas de sorrisos 

que não tem idade nem prazo de validade  

rosa encantada feita invenção do prazer.


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