Do princípio ao fim do mundo
do século perdido, a algazarra
não abrandava e o apara-lápis
não parava de ser emprestado
por vezes trocado por um beijo.
Cães e as gatas já estavam habituados à confusão
a alfazema e o alecrim não espantavam ninguém
nem o alfarrabista da esquina que não vendia
não se desfazia de nenhum dos seus melhores livros
- que faria se não os tivesse à mão para os desfolhar.
Os bailes do bairro acabaram et les lilas sont morts
os sindicatos perderam o pio e os trabalhadores
amoucharam
sentados no chão de pernas cruzadas à espera do
milagre
mas temos os jovens como ontem hoje também não se
calam
- é do futuro deles que escrevia e cantava o arménio
Aznavour.
Em Montmartre de Paris do antigamente
eram pobres, ele passava fome e ela posava nua
sentia-se em tudo a liberdade, decadência e liberdade
que bem precioso é viver democracia num país livre
sem perseguição - num país do decadente ocidente.
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