Tenho andado de volta revendo Almada Negreiros
com o Manifesto Anti-Dantas, 1915, e a Taca de chá*.
Recordando: As Banhistas, 1925, A Sesta, 1939,
O Retrato de Fernando Pessoa, 1954 ou o meu favorito
Art Déco, Estudo para uma Decoração de Teatro,1929.
*”Pela manhã vinham os visinhos em bicos dos pés espreitar
por entre os bambús,
e todos viram acocorada a gueisha abanando o morto com um
leque de marfim.”
Preâmbulo: Se Almada visse a pose e a roupa colada ao
corpo
- Uma segunda pele da jovem mulher por baixo da gabardine -
esta tarde na paragem do eléctrico... eu fiquei com a
sensação
que teria escrito rápido e certeiro, dizendo em voz
alta:
Eléctricos do mundo libertem-se! Sejam uns fora de
caixa
saltem dos carris, não aceitem a escravidão fixa dos
horários.
Parem, façam greve para que aprendam, chega de brincadeiras.
Com os condutores dos eléctricos não se brinca nem a
brincar.
Assim tinha tempo podia observar mais uns minutos
sem a ver desaparecer ou ter de se apressar, entrar a
correr
para a continuar a ter aquela visão mais algumas
paragens.
Não estava sozinho naquela observação de admiração.
Segundo preâmbulo: descobri Almada na minha adolescência.
O nosso primeiro encontro foi com o Manifesto
Anti-Dantas
declamado por Mário Viegas. Se fosse hoje, 110 anos
depois
estou convencido que o título seria: Manifesto
Anti-Ventura.
Ultimamente tenho jogado com a ideia-provocação de pensar
- Qual seria a sensata-opinião do wokismo sobre Almada?
Será que seria queimado na fogueira da inquisição wokista?
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