terça-feira, 6 de maio de 2025

Bohinj, Mostnica e Savica

 

Comecei a escrever este apontamento  

algures no trilho da Cascata Mostnica 

e o rio de montanha com o mesmo nome 

onde o elefante que se perdeu veio matar a sede  

no caudal das águas que alimentam o Lago Bohinj.

 

Uma deliciosa queda de água quase anónima 

logo no início e no final de uma difícil subida. 

Chama-se ponte do diabo porque para um precipício  

com aquela altura e perigo não havia mais ninguém  

com tomates para a construir que não fosse o diabo.

 

Matreiro e velhaco impôs uma condição  

a alma do primeiro a atravessar a ponte  

seria sua propriedade para a eternidade. 

O bispo da terra decidiu contornar o assunto. 

O sacrificado foi um cão enganado por um osso.

 

Se fosse agora seria o bonito caía a ponte e a Trindade 

os amigos dos animais não deixariam a coisa pela lenda.

Para amenizar o conflito fala do que vistes 

- As pedras não crescem nas árvores 

mas as árvores crescem nas pedras. 

 

No caminho de Savica é proibido pescar 

desaconselhável desejar peixe frito 

fotografar e partilhar avisos de zona  

- Pela gargalhada aqui há gato  

porque nesta terra escreve-se cona. 

 

Não me levam a mal, mas por vezes é bom recordar  

- Em Mostnica e Savica o eco barulhento das águas 

fazia-me lembrar o mar da Nazaré a labregar.  


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