quinta-feira, 27 de março de 2025

Um cálice de aguardente

 

Um cálice de aguardente para te trazer de volta 

para me ajudar a guardar-te nos meus braços 

para haver lenha quando as noites frias acabarem 

e da distância as manhãs fechadas abrirem os olhos.

 

Recordar-te como te escondias feminina

como se no prédio fosses a nova inquilina

- Como quem corajosa subias ousada a colina.

 

Recordar-te como desaparecias na neblina

e os teus olhos de gata eram a lamparina

- Feita luz aparecias nua por detrás da cortina.

 

Um cálice de aguardente para te trazer de volta 

tu que dizias que eu era o sal e a tua gasolina

para me ajudar a guardar-te nos meus braços 

resina do meu pinhal sabor da doçura mais fina.


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