sábado, 3 de dezembro de 2016

2. Papoila de Pedra



“Soy un alma desnuda en estos versos, 
alma desnuda que angustiada y sola 
va dejando sus pétalos dispersos. 

Alma que puede ser una amapola, 
que puede ser un lirio, una violeta, 
un peñasco, una selva y una ola.” Alfonsina Storni

Laranjas maçãs tangerinas biquinhos e azeitonas.
Vestígios do design interior do seu impetuoso coração.
Foi de autocarro e regressou à boleia de camião.

Sopa de roupa interior com salada e cogumelos.
Anéis e unhas verdes preparadas com palavras
pelas mãos finas de mulher respirando poesia.
- Antes da noite eu faço a bica sem açúcar para ti.

Imaginava-se sefardita a salvo da perseguição
com a sua papoila de pedra e a sua romã de bronze
que agora era avenida na salvação anunciada da praia
no porto outrora livre do mar Egeu. Seria em Salónica?


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