sábado, 3 de dezembro de 2016

12. Romã de novembro


”Quem és tu? Perguntei ao desejo
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.” Hilda Hilst

Não seria bem um fado de dor e saudade
que não mais voltaria a escrever sobre a ilusão.

Porque velho antes de tempo adormecia sentado
e enquanto dormia os sonhos vividos vivia
com o vento, as noites nuas que passaram juntos
na cama da alegria no cobertor saciado do desejo.

Com as maçãs abundantes coladas às minhas mãos
e a romã de novembro aberta de primeira por mim
saborosa na primavera como nenhum outro outono
fruta eterna do jardim que guardou para comer depois.

Tão poucas noites de pé para tanto amor tanta flor.


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