sábado, 3 de dezembro de 2016

8. Lírio-de-chuva



Adorava o café do alvor pelo filtro dos teus lábios
calçar os sapatos vestir as calças beijar-te os olhos.
Chegava a praia e entregava-se ao jogo da água fria.
- A saudação das mãos diziam tudo da nossa alegria.

Eram os movimentos cada vez mais lentos
lírio-de-chuva no verão de meses e olhares demorados.
Como eu gostava de espalhar cremes de outrora
pela longitude horizontal pelo sal da tua sombra.

Quero-te no bolso mais pequeno da vida
sem escolha de palavras que sirvam de álibi
na festa ao ar livre, da rosa no chão estendida.
- Todos os vestidos da poesia foram feitos para ti.


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