sábado, 3 de dezembro de 2016

7. Teu trigo


“Todo aquí lo alumbraron tus ojos de diamante;
bebieron en mi copa tus labios de frescura;
y descansó en mi almohada tu cabeza fragante;
me encantó tu descaro y adoré tu locura” Delmira Agustini

Amor que se enfiava nos dedos
nas unhas sem ninguém ver.
Mulher sem nome nocturno
mas o resto tinha tudo à luz do dia.

Não há tecnologia nem design
pedra ou muralha que resista
a tanto rio tanta água tanto olhar.

Porque branca te quero negra
no calor interior do vulcão
e nas cinzas do nosso amor.

Cheira a cavalo cansado
a palha muito revolvida
cheira a sangue e a fruta fresca.

Cheira ao pequeno-almoço
das manhãs de seara-livre
e ao pão torrado do teu trigo.

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