sábado, 3 de dezembro de 2016

7. Cavalo de nylon



Aos berros na rua gritava fora de si.
Presunto vai mas é levar na peida.
Meu cavalo de nylon sem ferradura
feito de natas de iogurte e de manteiga.

Dizem no Laos meu amigo-irmão
”Sabendo tecer não desperdices fio,
sabendo falar, não desperdices as palavras”

Estava sentada no tampo da escrivaninha
papelão a meia luz para ver o strip inesperado
da bela batata descascando-se cuidadosamente
com a lâmina mais afiada das facas da cozinha.

Nesta social partilha global vivemos um tempo
que parece ter chegado para ficar para sempre
- em que as lesmas e minhocas cor de alpaca

com um baton sedutor e um papillon de marca
uns tomates castanhos e tetas venham venham
pensam ser gente, os donos da merda do mundo.


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