sábado, 3 de dezembro de 2016

5. Chuva



”C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue” La Bohème
(Charles Aznavour e Jacques Plante).

Os perfumes directamente de Paris
da narrativa as meiguices que sempre quis.

Esqueceram a solitária viúva das sete tetas
que teria sido a gaja mais comida de Roma
e que pelo seu homem nunca mais se molhou à chuva
nem pública se despiu para os outros esfomeados.

O bico entre a flor vermelha transparente
que dádiva seguras entre os dedos
o pêssego descascado para comerem a dois
com o baton profundo dos seus lábios
e aquela mão perdida entre a sua inibição

Um pássaro que voa um silêncio e diz
- não te esqueças, estou aqui para te servir.


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