sábado, 3 de dezembro de 2016

3. Pescar camarão



Pela portaria reguladora da identificação 
do colorido cartão magnético do escritório
estava preso das calças em rédea curta.
Pendia por acaso milimetricamente do cinto
até ao postigo secreto entre as pernas da sedução.

Não. Não era a malha perfeita de pescar camarão
nem uma carrinha com serviço de caixa-aberta.
Não era mulher papel azul de vinte cinco linhas
nem a padaria que no forno cozia chouriço no pão.

Era comida feita por encomenda e de levar para fora.
Ela deitada na praia com as costas viradas ao céu
sem perigo nenhum de se magoar, a areia era macia.
A cestinha redonda da merenda esperava a sua hora.


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