sábado, 3 de dezembro de 2016

17. Melancia & Baudelaire



Era a biografia mundana do povo, viajava de metro
por vezes na vertical, na horizontal e vice-versa
sem bigamia proibida feito alfaiate e com muita folia.
O destino era o mesmo, o prazer medido ao decímetro.

Aqueles lábios grossos maduros, a saber a tangerina.
Aqueles cabelos soltos entre as mãos frias do tempo.
Aqueles seios aprisionados pelo vestido da avenida.
Do passeio agora livres pelas carícias fortes do vento.

Muita melancia aberta, amêndoas, muito navio parado.
Muita parceria ousada, maminha de chocolate éclaire.
Regalia e amentolia para abaixo a coisa entrar melhor.
Esteve no vinho, na cama e na poesia de Baudelaire.


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